terça-feira, 3 de junho de 2008

Capitalismo: O lado de dentro da caverna

Texto Indicado por Alessandra.

É impossível afirmar que o capitalismo seja o melhor sistema econômico, ao contrário, esse tipo de sistema vigente está levando a humanidade ao suicídio, à medida que proporciona a profunda desigualdade, lançando um número assustador de pessoas à miséria, enquanto que uma pequena parcela se deleita em excessivas futilidades.

No grupo dos países desenvolvidos –que engloba a América Anglo-Saxônica, praticamente toda a Europa, Japão, Austrália e Nova Zelândia- onde estão concentrados os recursos técnicos e econômicos, encontramos 25% da população mundial. Na porção dos países subdesenvolvidos –América Latina, África e Ásia- que se observa praticamente a inexistência de capital, vivem mais de 75% da população mundial.

O alimento, apesar da produção ser suficiente para todos, está extremamente mal distribuído, sendo um reflexo da péssima distribuição de renda. Verifica-se assim, a grande concentração de alimentos nos países ricos, nos quais se perde milhões de toneladas no superconsumo humano e animal, enquanto que nos países pobres a subnutrição mata 15 crianças a cada minuto. Estas são apenas as conseqüências mais gritantes do capitalismo.

Além dos enormes danos sociais, o capitalismo tem provocado enormes danos ambientais. As indústrias queimam inimagináveis quantidades de combustíveis fósseis que liberam poluentes na atmosfera, agravando o efeito estufa o que resulta no aquecimento global, que por sua vez afeta todo o equilíbrio da biosfera. As reservas naturais, seja de combustíveis fósseis, minerais e até as florestas e animais estão desaparecendo à medida que o consumo aumenta.

Além de se alimentar da miséria da maioria dos seres humanos, da exploração excessiva dos recursos naturais, esse sistema criou outra forma de alimentação: a manipulação. Para isso, o capitalismo inventou uma felicidade ilusória, a da satisfação pelo ato de adquirir, uma espécie de “compro, logo existo”, o que gera um consumo desenfreado e a completa ignorância da maioria da população. Comparando com o Mito da Caverna de Platão, é como se a maioria estivesse mergulhada na escuridão da caverna, sendo guiada pelos sentidos mais superficiais e além de tudo, tomando esse tipo de vida como sendo o verdadeiro. Mas na realidade, enquanto essa grande multidão de manipulados sem identidade volta-se para suas vidas medíocres, procurando satisfazer seus desejos mais vulgares, como a aparência de seus corpos, de suas roupas e de seus pertences, o mundo desaba ao redor. Os desastres naturais, as doenças e a pobreza se proliferam, assim como o número de pessoas sem oportunidades destinadas ao fracasso, e ao invés da solidariedade a sociedade atual se fecha cada vez mais ao individualismo e ao egocentrismo que o sistema impôs.

Todo esse panorama é conseqüência de um único objetivo do sistema capitalista: lucrar! Então como esse pode ser um sistema justo? Se visa o bem estar de tão poucos em detrimento do sofrimento da maioria.

Todos os fatos observados são dados alarmantes de que a humanidade precisa, urgentemente, mudar o modo de vida, e de que o capitalismo, indiscutivelmente, está levando o mundo ao caos. Basta cada um decidir de que lado quer ficar: do lado de fora ou do lado de dentro da caverna.

Referências bibliográficas

PADILHA, Valquíria.A sociologia vai ao shopping center.Ciência Hoje, mai. 2007, p. 30-35

Platão, A República, livro VII

Um comentário:

força sempre disse...

Você já parou para pensar em alternativas? Por favor não se deixe levar por uma geração que critica o capitalismo. A nossa tem que supera-lo. Aperto de mão.

Magno Luiz da Costa Oliveira