quarta-feira, 4 de junho de 2008

Somos Todos Iguais - Catedral

"Somos todos iguais
Na chegada e na partida
No encontro e despedida
Na jornada pela vida sem saber
Somos todos iguais
Na mentira e na verdade
No amor e na maldade
Parte da humanidade sem saber
Sentimento incomum
Comunhão sem perceber
Somos partes de um só
No sentido de viver
E viver é tão dificil
Se não nos aproximar
Cabe a nós querer mudar
O amor está no ar
Somos todos iguais
Na mentira e na verdade
No amor e na maldade
Parte da humanidade sem saber"




As diferenças estão nos olhos de quem vê. As diferenças estão na gananciosa mente humana. A diferença é uma ilusão. Alguém ainda não se deu conta disto?

Somos todos iguais: Seres humanos

Atualmente há entre 3 mil e 4 mil idiomas no mundo, o que evidencia a grande diversidade étnica e cultural. Todos possuem cultura, pois esta se define como sendo o convívio em sociedade, assim como os hábitos, valores, crenças e costume de determinado grupo em questão, que são repassados de geração para geração. Portanto, o branco, o negro, o índio, o analfabeto, o sábio, o rico e pobre, independentemente das diferenças, possuem cultura, aliás, são estas diferenças que formam as variadas culturas existentes.
Sem dúvida, o Brasil é o melhor país para exemplificar a diversificação étnica e cultural, pois a população brasileira é formada da miscigenação dos vários povos que aqui foram se instalando. O primeiro elemento dessa formação foi o índio, que nos deixou uma grande herança cultural, como hábitos alimentares e uma série de palavras incorporadas ao português brasileiro, e que infelizmente hoje está reduzido a menos de 1% da população brasileira. Em seguida chegaram os portugueses, que nos deixaram o idioma, instituições administrativas, sociais, morais, etc. Outro elemento étnico extremamente importante na formação da população é o negro africano que,indiscutivelmente, deixou um traço cultural muito forte até nos dias de hoje. No censo de 2000 foram cadastrados no Brasil cerca de 70 milhões de pessoas negras e mulatas, o que correspondia a 45% da população nacional. Com o decorrer do tempo outros povos foram se fixando no Brasil, como os italianos, eslavos, japoneses entre outros.
E é toda esta diversidade que faz do Brasil um país encantador, no entanto, o racismo é um mal ainda muito presente em nossa sociedade, mas com uma boa análise, percebemos que esse ato pré-conceituoso – como a palavra já esclarece o significado- é bem mais freqüente em países que servem como pólo de atração de emigrantes. Para nós brasileiros toda essa mistura de “raças” é normal, pois nosso país é formado dessa mistura, porém, para muitos países europeus por exemplo, trata-se se um atentado a “pureza de sua gente”, uma violação a cultura do país. Daí que se origina o xenofobismo, que basicamente se trata da “aversão a estrangeiros”, resultando em enumeráveis conflitos e na formação de “grupos de ataque”.
Exemplo histórico bem típico de racismo, foi o nazismo na segunda guerra mundial, que tendo como líder máximo Adolf Hitler, pregava a superioridade da raça ariana e a pureza racial. Só para começo, o conceito de “raça” está geneticamente provado que não se aplica a espécie humana, pois somos a espécie mais homogênea existente e o que nos diferencia são detalhes físicos poucos significativos. Quanto a superioridade racial, ela se desenvolveu da evolução histórica e da relação internacional de determinados grupos, já que logicamente e provado geneticamente, a miscigenação de raças não gera nenhum tipo de deterioração biológica. E por essa grande tolice e irracionalidade humana cometeu-se o genocídio de um povo: o judeu, e nada justifica tamanha crueldade.
A Ku Klux Klan é outro exemplo bem famoso de “grupos de ataque” que surgiu após a Guerra de Secessão e libertação dos escravos nos EUA. A partir daí surgiram vários grupos sempre visando a perseguição aos negros, que passaram a viver segregados em guetos, sofrendo discriminação e sendo vedado a eles o acesso a diversos serviços públicos.Um dos mais famosos desses guetos deu origem ao Harlem, bairro de Nova York.
No Brasil, estes tipos de discriminações são considerados crime. Vejamos alguns aspectos da lei n. 7.716:
·Art. 1 Serão punidos, na forma da Lei, os crimes de preconceito de raça e cor.
. Art. 4 Negar ou obstar emprego em empresa privada.
· Art. 5 Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador.
·Art. 6 Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno, em estabelecimento de ensino público ou privado em qualquer grau.
· Art. 20 Praticar, induzir ou incitar, pelos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza, a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia ou procedência nacional. [...]

Está claro que a pequena diferença entre povos é uma questão muito ínfima quando comparada à essência do ser humano. Todos nós temos as mesmas necessidades, somos sensíveis às mesmas dores, temos a capacidade de pensar e raciocinar logicamente, portanto, somos todos iguais. Sendo assim, todos merecemos ter as mesmas oportunidades, merecemos comer, merecemos ter acesso à saúde e educação e acima de tudo, merecemos ser respeitados pelo simples fato de sermos seres humanos!

terça-feira, 3 de junho de 2008

Capitalismo: O lado de dentro da caverna

Texto Indicado por Alessandra.

É impossível afirmar que o capitalismo seja o melhor sistema econômico, ao contrário, esse tipo de sistema vigente está levando a humanidade ao suicídio, à medida que proporciona a profunda desigualdade, lançando um número assustador de pessoas à miséria, enquanto que uma pequena parcela se deleita em excessivas futilidades.

No grupo dos países desenvolvidos –que engloba a América Anglo-Saxônica, praticamente toda a Europa, Japão, Austrália e Nova Zelândia- onde estão concentrados os recursos técnicos e econômicos, encontramos 25% da população mundial. Na porção dos países subdesenvolvidos –América Latina, África e Ásia- que se observa praticamente a inexistência de capital, vivem mais de 75% da população mundial.

O alimento, apesar da produção ser suficiente para todos, está extremamente mal distribuído, sendo um reflexo da péssima distribuição de renda. Verifica-se assim, a grande concentração de alimentos nos países ricos, nos quais se perde milhões de toneladas no superconsumo humano e animal, enquanto que nos países pobres a subnutrição mata 15 crianças a cada minuto. Estas são apenas as conseqüências mais gritantes do capitalismo.

Além dos enormes danos sociais, o capitalismo tem provocado enormes danos ambientais. As indústrias queimam inimagináveis quantidades de combustíveis fósseis que liberam poluentes na atmosfera, agravando o efeito estufa o que resulta no aquecimento global, que por sua vez afeta todo o equilíbrio da biosfera. As reservas naturais, seja de combustíveis fósseis, minerais e até as florestas e animais estão desaparecendo à medida que o consumo aumenta.

Além de se alimentar da miséria da maioria dos seres humanos, da exploração excessiva dos recursos naturais, esse sistema criou outra forma de alimentação: a manipulação. Para isso, o capitalismo inventou uma felicidade ilusória, a da satisfação pelo ato de adquirir, uma espécie de “compro, logo existo”, o que gera um consumo desenfreado e a completa ignorância da maioria da população. Comparando com o Mito da Caverna de Platão, é como se a maioria estivesse mergulhada na escuridão da caverna, sendo guiada pelos sentidos mais superficiais e além de tudo, tomando esse tipo de vida como sendo o verdadeiro. Mas na realidade, enquanto essa grande multidão de manipulados sem identidade volta-se para suas vidas medíocres, procurando satisfazer seus desejos mais vulgares, como a aparência de seus corpos, de suas roupas e de seus pertences, o mundo desaba ao redor. Os desastres naturais, as doenças e a pobreza se proliferam, assim como o número de pessoas sem oportunidades destinadas ao fracasso, e ao invés da solidariedade a sociedade atual se fecha cada vez mais ao individualismo e ao egocentrismo que o sistema impôs.

Todo esse panorama é conseqüência de um único objetivo do sistema capitalista: lucrar! Então como esse pode ser um sistema justo? Se visa o bem estar de tão poucos em detrimento do sofrimento da maioria.

Todos os fatos observados são dados alarmantes de que a humanidade precisa, urgentemente, mudar o modo de vida, e de que o capitalismo, indiscutivelmente, está levando o mundo ao caos. Basta cada um decidir de que lado quer ficar: do lado de fora ou do lado de dentro da caverna.

Referências bibliográficas

PADILHA, Valquíria.A sociologia vai ao shopping center.Ciência Hoje, mai. 2007, p. 30-35

Platão, A República, livro VII